Em primeiro lugar, vamos os números. No Brasil existem 424 milhões de dispositivos digitais em uso, entre smartphones, computadores, notebooks e tablets. Se contarmos apenas os smartphones, há mais de um aparelho em uso por habitante no país, conforme indicam os dados levantados pela 31ª Pesquisa Anual do FGVcia (FGV 2020). Isso significa que, ao todo, 234 milhões de telefones celulares (smartphones) estão em circulação ou, em muitos casos, esquecidos no fundo de uma gaveta.
Sabemos que o celular é o principal meio de acesso à internet hoje em dia. Até 2019, três em cada quatro brasileiros entravam na rede por meio do celular (PNAD Contínua TIC 2018), o que é uma boa notícia, já que, em comparação com outros dispositivos eletrônicos, o celular é uma maneira mais acessível de conexão, principalmente para aqueles que estão fora dos grandes centros urbanos.
As vantagens do acesso à web são muitas e nós as conhecemos de cor: nos comunicamos, aprendemos, buscamos endereços e contatos, pagamos contas, compramos, trabalhamos, nos divertimos e mais uma infinidade de coisas que estar conectado a uma rede global pode nos proporcionar.
O lado negativo dos smartphones
Mesmo assim, tudo que é bom tem também seu lado menos favorável. Considerando que você seja uma pessoa consciente que passe menos tempo do que a média brasileira, que gasta em média 3 horas e 31 minutos por dia, nas redes sociais, como aponta a pesquisa Global Digital Overview 2020 (esperamos que esse seja o seu caso), e que mantenha uma relação saudável com o seu aparelho, saiba que ainda assim o seu smartphone carrega com ele um lado sombrio, digno dos grandes vilões da história do cinema.
Quando um smartphone não serve mais para seu dono, ele é comumente esquecido em um canto de casa, como já falamos antes, ou se torna estatística, sendo um componente a mais na pilha de mais de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico produzidas no Brasil por ano. Se pensarmos em escala global, em 2019 o mundo bateu o recorde de produção de lixo eletrônico com 53,6 milhões de toneladas. Esse número é equivalente à produção de lixo eletrônico de 7,3 quilos por habitante no período de um ano, de acordo com a International Solid Waste Association (ISWA). E a projeção para 2030 é de exorbitantes 74,7 milhões de toneladas. Isso é muita informação, mas o que essas estatísticas realmente significam para nós?
Infelizmente, números enormes como esses não costumam chamar a atenção das pessoas, que geralmente partem para a mobilização apenas quando o problema bate em suas portas.
O que podemos fazer para contornar o problema do lixo eletrônico?
Nathaniel Stern, professor de engenharia e design da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos, encontrou uma maneira inusitada de questionar o ciclo de vida dos smartphones. O professor norte-americano criou uma exposição “The World After Us: Imaging techno-aesthetic futures” (ou “O mundo depois de nós: imaginando futuros tecno-estéticos”, em tradução livre) para mostrar telefones celulares expostos a condições extremas, como aumento de temperatura e pressão, simulando efeitos nocivos desses aparelhos fadados a passar uma eternidade nos lixões do mundo.
Você não precisa ser esse professor para enxergar o problema do lixo eletrônico com mais sensibilidade. Existem diversas formas para não desperdiçar um dispositivo eletrônico antigo, conforme já contamos neste blog.
Mas, antes de tudo, podemos exigir a responsabilidade dos fabricantes em revisar seus processos de fabricação para pôr fim à obsolescência planejada, ou seja, para que seja alterada a decisão proposital de que os produtos tenham uma vida curta para forçar o consumidor a comprar sua nova versão. Também seria lindo se as empresas pudessem estabelecer um índice de reparabilidade, o que também seria uma excelente forma de orientar os consumidores para produtos mais sustentáveis.
No entanto, enquanto isso não acontece e, antes que seja tarde demais, você pode dar uma grande contribuição para mudar o seu entorno e, aos poucos, todo o planeta. E o melhor: sem sair de casa.
Qual é a diferença entre reciclagem e um telefone recondicionado?
Mais de 80% do conteúdo de um telefone celular é reciclável. Uma vez removidos a bateria e os cabos, é possível recuperar certos materiais (ferrosos, não ferrosos, plásticos, etc.) para recuperá-los e reutilizá-los na fabricação de outros produtos. O “ABS”, por exemplo, é um material plástico que representa cerca de 50% de um telefone celular, e pode ser reaproveitado na fabricação de controles remotos. Já os materiais não recuperáveis podem ser transformados em energia.
Existe uma estimativa que diz que um aparelho celular leva de 100 a 500 anos para se decompor. Porém, a bateria e outros metais pesados não se decompõem, prejudicando a natureza por toda uma eternidade.
Apesar da reciclagem ser o primeiro passo que pensamos para combater o desperdício, ela pode não ser exatamente a solução certa, uma vez que apenas 20% de todos os resíduos gerados no mundo são reciclados. O resto desaparece na natureza poluindo o solo e a água.
Quanto ao processo de reciclagem em si, que envolve coleta, classificação de peças, desmontagem, despoluição de resíduos, entre outros procedimentos, ele é longo e caro, e deve ser feito apenas por empresas sérias ligadas a esse setor, uma vez que muitos componentes de um smartphone são poluentes e nocivos à saúde. Por isso, todo cuidado é pouco quando o assunto é reciclagem.
Agora, se você já comprou ou vendeu um telefone celular na Trocafone, você sabe que aqui nós incentivamos o consumo de produtos recondicionados, que chegam até nossa equipe de técnicos especializados que, por sua vez, se encarregam de revisar minuciosamente todas as peças que recebemos a fim de garantir seu perfeito funcionamento.
Muita gente associa o recondicionamento apenas a um aparelho usado que foi devolvido devido a uma falha e foi consertado para revenda. Pois esse não é o único caso. Você pode vender seu aparelho em perfeito estado, conseguir uma renda extra com ele e deixar seu novo proprietário radiante de alegria.
Em qualquer dos casos, todos os telefones recondicionados são verificados e testados minuciosamente para garantir que estão em pleno funcionamento. E tem mais: as peças que não puderam ser recondicionadas, são destinadas a empresas certificadas de reciclagem.
Saiba mais sobre nossos processos de recondicionamento e descubra como a sua contribuição pode mudar a forma que produzimos e consumimos hoje para conquistarmos cada vez mais práticas responsáveis, sustentáveis e que respeitam o meio ambiente.